A Mooca é um dos mais tradicionais e antigos bairros de
São Paulo, uma região que tem características peculiares que nenhum outro
distrito da cidade possui. A herança dos imigrantes italianos é perceptível
pelo sotaque e jeito de se expressar com as mãos, além da forte influência na
gastronomia. Quem nasceu ou mora no bairro carrega um orgulho imenso em ser da
região. Para muitos, a Mooca é mais que um distrito da maior metrópole do país,
é um estilo de vida.
E sua história chega a ser confundida com a de São Paulo.
O nome Mooca tem origem indígena, e estes foram, justamente,
os primeiros povos habitantes da região, até meado do século XVIII. Além da
enorme quantidade de italianos que aqui se estabeleceram, a partir da segunda
metade do século XIX, tornando-se uma das maiores comunidades do distrito,
presentes até os dias atuais, por aqui chegaram e passaram também portugueses,
espanhóis, libaneses, lituanos e tantos outros imigrantes que ajudaram no
desenvolvimento e crescimento da região.
Ainda por volta de 1870, a região abrigava grandes casas e chácaras.
Um dos momentos históricos fundamentais do bairro foi a criação do Clube
Paulista de Corridas de Cavalo, atualmente conhecido como Jockey Club, em 1876.
O local movimentou o distrito até 1941, com a presença da alta sociedade do
café, quando então se mudou para outra região da cidade. Um ano depois de sua
inauguração, foi criada a linha de bonde Mooca-Centro, movida à tração animal.
Foi o pontapé inicial do desenvolvimento do bairro.
Ao longo dos anos, a região foi se modificando e as casas e
chácaras foram dando espaço às fábricas e indústrias de grande porte. Em 1891,
foi fundada no bairro a Companhia Antarctica Paulista, fabricante de cervejas e
refrigerantes. Com a instalação das indústrias, a Mooca passou a ser conhecida
como um bairro fabril por muitos anos, berço de operários.
Em 1897 foi inaugurado o icônico Cotonifício Rodolfo Crespi,
que além de sua importância econômica, foi cenário de momentos importantes da
história do Brasil: uma paralisação de trabalhadores do Cotonifício deu origem
à greve geral de 1917; sete anos depois, a fábrica foi alvo de bombardeios
durante a Revolta Paulista de 1924 e teve de paralisar suas atividades; o
Cotonifício também produziu roupas para os soldados paulistas na Revolução
Constitucionalista de 1932 e para soldados durante a Segunda Guerra Mundial.
Foi justamente em 1924 que se fundou o Cotonifício Rodolfo
Crespi Futebol Clube, time de várzea formado por trabalhadores do Cotonifício, que
viria a se chamar, a partir de 1930, como Clube Atlético Juventus. O
tradicional clube ainda resiste, porém, nos dias de hoje, são poucas as indústrias
que permanecem na região.
Hoje, a Mooca é um dos mais valorizados distritos da Zona
Leste paulistana. Há muitos anos já passa por uma grande transformação em toda
a sua extensão, com a desativação de antigas indústrias, fábricas e demais
complexos, dando lugar a novos estabelecimentos comerciais e a imponentes
condomínios residenciais.
É neste contexto que, em 2014, foi entregue pela construtora Cyrela,
dentro do projeto Luzes da Mooca, o Condomínio Lume Giorno, do
qual faz parte o edifício comercial Átrio Giorno. Numa área antes
ocupada pela Companhia União de Refinadores, cujo símbolo maior é a assim
denominada Chaminé da União, remanescente das antigas instalações e
tombada pelos órgãos do patrimônio histórico, foi erguido um moderno edifício
comercial, com 203 salas comerciais de tamanhos variados e 08 lojas. As
unidades do edifício Átrio Giorno oferecem espaços diferenciados de
trabalho e serviços exclusivos, valorizando o ambiente de trabalho. Um novo
conceito para o bairro, onde modernidade e tradição convivem em um só lugar.